A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançou, o núcleo do Projeto Extensão Industrial Exportadora (PEIEX) no Rio de Janeiro. O núcleo é fruto de uma parceria da Apex-Brasil com o Instituto Gênesis da PUC-Rio, apoiada pelo governo do estado do Rio de Janeiro, e irá atender a 140 empresas do estado em um ano.
O programa oferece às empresas participantes, de forma gratuita, a consultoria de técnicos que fazem um diagnóstico da capacidade de exportação de cada companhia e apontam soluções para problemas técnicos-gerenciais. O objetivo é promover a cultura exportadora e incrementar a competitividade internacional das empresas brasileiras, qualificando e ampliando os mercados para as indústrias iniciantes em Comércio Exterior. Este é o 38º núcleo do PEIEX que, agora, passa a atuar em 14 estados brasileiros. No ano passado, 3,4 mil empresas foram atendidas pelo programa.
A elaboração de cada diagnóstico leva de dois a três meses, por setor, e as empresas continuam tendo acompanhamento durante a implantação das mudanças, que podem variar desde soluções gerenciais internas a ações externas relativas ao acesso a novos mercados e adequação de produto.
O processo de capacitação empresarial é fundamental para ingresso no mercado externo, segundo a gerente executiva de Competitividade e Inovação da Apex-Brasil, Márcia Nejaim. Depois do acompanhamento, as empresas estarão aptas a integrar outros programas da Apex-Brasil como rodadas de negócios, feiras e missões internacionais.
“As empresas que exportam tendem a inovar mais porque estão expostas à competição internacional e trazem esse conhecimento para o mercado interno. Para sobreviver neste mercado, o empresário precisa estar preparado, ter um planejamento estratégico e capacidade produtiva suficiente para atender ao cliente externo. Caso contrário, ele pode se frustrar e passar uma imagem negativa do Brasil para os parceiros externos. Por isso, o processo de capacitação, planejamento e preparação é fundamental” ressaltou Márcia Nejaim.
Para o diretor do Instituto Gênesis, José Alberto Aranha, além da preparação organizacional, as empresas fluminenses precisam inovar para competirem no mercado externo. “Acreditamos que a inovação é um fator de diferenciação. Vamos preparar as empresas para serem mais inovadoras e terem melhores condições para exportar. O primeiro passo é se firmar no mercado nacional para conseguir competir com as empresas que ingressam no Brasil e depois se preparar para sair do país”, disse.
O subsecretário de Relações Internacionais da Casa Civil, Pedro Spadale, destacou a importância do projeto para a economia do Rio de Janeiro. “Queremos apoiar principalmente as micro e pequenas empresas em setores diversificados, em especial no interior do estado, que planejam se internacionalizar. Isso vai gerar desenvolvimento econômico, emprego e renda para os trabalhadores, e as empresas ficarão ainda mais competitivas para atuarem no mercado nacional”, afirmou.
Capacitação empresarial
Na próxima semana, Apex-Brasil, Instituto Gênesis e o governo do Rio de Janeiro (Casa Civil e Secretaria de Desenvolvimento Econômico), se reunirão para detalhar os setores prioritários no estado. O objetivo é focar nas áreas que mais se destacam, tais como economia criativa, confecção de roupas e joias, alimentos e bebidas, metal-mecânico e tecnologia da informação, que são setores com grande potencial de exportação e alta demanda global.
No evento de lançamento, a presidente da Associação dos Produtores de Cachaça do Estado do Rio de Janeiro, Kátia do Espírito Santo, disse que dois pequenos produtores já estão em contato com o Instituto Gênesis para melhorar a gestão empresarial e, no futuro, exportarem seus produtos. Atualmente, o Rio é o segundo estado exportador de cachaça, com cerca de seis a oito milhões de litros vendidos para fora do país.
“A cachaça fluminense hoje tem alto padrão de qualidade, é conhecida nacionalmente, inclusive com projeção internacional e mais de 40 premiações recentes. Acho que o PEIEX vai nos ajudar porque vai preparar o pequeno produtor para conseguir ingressar no mercado internacional. Hoje, ele já tem um produto de qualidade e está em condições de aprimorar a gestão empresarial e colocar esse produto no mercado externo”, explicou Kátia.
Em 2014, o Rio foi o terceiro estado exportador do Brasil, com US$ 22,6 bilhões em produtos vendidos ao exterior. No entanto, 97% das exportações fluminenses são feitas por grandes empresas, a maioria na área de petróleo e gás. Para ampliar a participação de micro e pequenas empresas e diversificar os setores, a Subsecretaria de Relações Internacionais planeja apoiar a realização de 62 atividades de instituições parceiras no âmbito do Plano Nacional de Cultura Exportadora (PNCE), em 14 cidades do estado. Mais informações podem ser obtidas no site www.pnce.rj.gov.br.
Fonte: Export News