Exportação de café aumenta 25% para países árabes

Os dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) confirmam: as exportações de café brasileiro cresceram 25,35% em receita para os países árabes em 2017 em relação a 2016. A movimentação representa US$ 230,9 milhões. Em volume, o aumento foi de 12% no mesmo período, totalizando 1.408.082 sacas.

Os árabes representaram 5% do total exportado pelo país, aumento de um ponto percentual em relação ao ano anterior. Entre eles, o Líbano lidera a lista de compradores, com 397.334 sacas. Em seguida estão a Síria, com 256.079 sacas e crescimento de 6,3%, e a Jordânia, com 189.726 sacas e um crescimento de 85,7%. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Tunísia também estão entre os maiores importadores. Cada saca de café equivale a 60 quilos.

A Argélia foi o país que teve o maior crescimento na importação de 2017 em comparação com 2016, registrando 171,6%, somando 85.848 sacas. O Iraque ocupa a segunda posição. Comprou 5.310 sacas, com alta de 103,8%. Em seguida estão a Jordânia com aumento de 85,7%, a Líbia com crescimento de 44,5%, Omã com incremento de 41,8% e Emirados com amento de 27,1%.

Em matéria divulgada pela Agência de Notícias Brasil-Árabe, o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, comentou que os Emirados, mais especificamente Dubai, vêm crescendo no mercado de cafés premium. Ele disse ainda que, entre todos os países da África, os árabes Tunísia e a Argélia foram os que mais compraram em volume.

No mesmo material, o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, lembrou que os países árabes estão intrinsecamente ligados às origens do café – vide o nome do principal tipo de café, “arábica”. “Depois da origem da planta na Etiópia, logo veio o consumo dos árabes (pelo Egito e Sudão, a princípio), e dali para a Europa e todo o mundo”, comentou

O presidente do Cecafé falou sobre a importância dos árabes para as exportações de café brasileiro. “O Oriente Médio é um grande parceiro e o Brasil tem aumentado as exportações significativamente para esses países, que são de suma importância. Exportamos diversas qualidades de café que são muito bem aceitas pelos árabes; são parceiros fantásticos e queremos cada vez mais incrementar esse relacionamento”, relatou

Panorama mundial

Em 2017 o Brasil teve um decréscimo de 10,1% no volume de exportações, com 30.790.974 sacas embarcadas. A receita teve uma baixa de US$ 5,4 bilhões em 2016 para US$ 5,2 bilhões em 2017, o que colocou o café na 5ª posição nos embarques totais do agronegócio brasileiro, com participação de 5,4%. Para o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, o resultado seguiu o que era previsto pelo mercado, tendo o fator climático influenciando os últimos anos de produção de forma negativa.

No total do ano, os cafés verdes somaram mais de 27 milhões de sacas, contabilizando 87% das exportações. Os industrializados tiveram uma queda de 10,9% em relação a 2016, registrando 3,5 milhões de sacas embarcadas, dessas, 99,27% foram de café solúvel, e o restante – apenas 25.248 sacas-, de café torrado e moído. Para 2018, a estimativa da Cecafé é que a recuperação chegue no segundo semestre, com a entrada da nova safra.

Café especial brasileiro pode render mais de US$ 11 milhões

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organizaram um road show para promoção dos cafés especiais do País nas cidades de Perth, Sydney e Melbourne, na Austrália, entre os dias 24 e 30 de março, como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, que realizam em parceira. Segundo dados apurados junto às nove empresas participantes, foram realizados US$ 2,7 milhões em negócios durante os sete dias e há expectativa para a concretização de mais US$ 8,5 milhões até março de 2018.

De acordo com a diretora da BSCA, Vanusia Nogueira, o mercado australiano é bastante dinâmico e altamente competitivo. “A Austrália possui um segmento de cafés especiais bem desenvolvido e a participação brasileira está consolidada há algum tempo, com compradores e público locais tendo excelente aceitação por nosso produto”, informa.

Em 2016, os australianos investiram US$ 22,856 milhões na aquisição dos cafés das empresas que integram o “Brazil. The Coffee Nation”. Esse volume representou alta de 43% em relação à receita de US$ 15,976 milhões obtida em 2015. Desde 2009, quando teve início o projeto setorial desenvolvido por BSCA e Apex-Brasil, a Austrália aplicou US$ 73,202 milhões na compra dos cafés brasileiros.

No road show, foram realizadas apresentações instrucionais sobre a BSCA e o projeto “Brazil. The Coffee Nation”, sendo evidenciadas as características de todas as regiões produtoras de cafés especiais. Os associados realizaram exposições sobre seus produtos, reuniões de negócios com atuais e potenciais clientes, além de degustação e sessões de cupping.

Vanusia entende que os prognósticos para o mercado australiano permanecem muito favoráveis e que o Brasil já colhe os frutos do esforço realizado pela Associação em parceria com a Apex-Brasil nos trabalhos de promoção. “Nossas ações têm ampliado a visibilidade dos cafés nacionais na Austrália, o que tem despertado maior interesse dos compradores locais e também de exportadores brasileiros que passam a mirar esse mercado. Como consequência, temos registrado crescimentos constantes na imagem do produto e no volume de negócios realizados ano a ano”, conclui.

SOBRE O PROJETO SETORIAL

O “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido em parceria pela BSCA e pela Apex-Brasil, tem como foco a promoção comercial dos cafés especiais brasileiros no mercado externo. O objetivo é reforçar a imagem dos produtos nacionais em todo o mundo e posicionar o Brasil como fornecedor de alta qualidade, com utilização de tecnologia de ponta decorrente de pesquisas realizadas no País. O projeto visa, ainda, a expor os processos exclusivos de certificação e rastreabilidade adotados na produção nacional de cafés especiais, evidenciando sua responsabilidade socioambiental e incorporando vantagem competitiva aos produtos brasileiros.

Iniciado em 2008, a vigência do atual projeto se dá entre maio de 2016 ao mesmo mês de 2018 e os mercados-alvo são: (i) EUA, Canadá, Japão, Coreia do Sul, China/Taiwan, Reino Unido, Alemanha e Austrália para os cafés crus especiais; e (ii) EUA, China, Alemanha e Emirados Árabes Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem. As empresas que ainda não fazem parte do projeto podem obter mais informações diretamente com a BSCA, através dos telefones (35) 3212-4705 / (35) 3212-6302 ou do e-mail exec@bsca.com.br.

Mais informações para a imprensa
BSCA – Assessoria de Imprensa
Paulo André Colucci Kawasaki
(61) 98114-6632 / ascom@bsca.com.br