Expectativa de recuperação na exportação de ovos em 2018

A expectativa é de que exportação de ovos volte a crescer em 2018, depois de cair no ano passado. O otimismo é resultado da recente abertura de novos mercados internacionais.

A África do Sul liberou as importações de ovos in natura e processados provenientes do Brasil no final de 2017. Com a abertura do novo mercado, aumenta o cenário exportador de ovos do Brasil, que já destina esse produto para mais de 50 países e que, apenas em 2016, movimentou US$ 110 milhões.

De acordo com pesquisadores, o aumento de número de países importadores, além do maior volume produzido, podem ser fatores essenciais para que o Brasil confirme seu espaço e importância nesse setor no mercado internacional.

No mercado interno as perspectivas também são positivas. A recuperação gradativa da economia prevista pelo Banco Central deve ter impacto no setor e fazer com que cresça a demanda por ovos, tanto por parte da indústria de alimentos, quanto pelo consumo in natura.

Mas a melhora na economia brasileira e a redução da inflação não são sinônimos apenas de resultados melhores. O aumento do poder aquisitivo do brasileiro em 2018 pode significar estímulo para o consumo de proteínas mais caras, como as carnes bovina, suína e de frango.

Estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que em 2018 a produção nacional de ovos será entre 5% e 6% superior à do ano passado. Diante disso, a capacidade de absorção dos mercados doméstico e externo é de extrema relevância para a determinação dos preços que serão recebidos pelos produtores e, consequentemente, para o desempenho do setor.

Cresce o consumo de ovos no Brasil

De acordo com o Instituto Ovos Brasil, criado em 2007 para valorizar ações de expansão desse produto pelo país, houve um salto no consumo de ovos em comparativo com o início da década. Se em 2010 o número de ovos estava na casa de 137 por ano para cada brasileiro, o ano de 2016 registrou 190 – um aumento de quase 40%. A entidade acredita existir um potencial para aumentar ainda mais esses números relacionados ao consumo de ovos pelos brasileiros. Países como México, por exemplo, têm uma média de 300 ovos consumidos por habitante ao ano.

 

Planejamento público e privado prevê que exportações de frutas atinjam US$ 1 bi em 2019

Ainda estamos pensando nas resoluções para 2018, mas as projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) focam já em um 2019 promissor quando o assunto é exportação de frutas. A expectativa é atingir, pela primeira vez, U$ 1 bilhão graças à renovação do convênio com a Apex-Brasil. As tratativas possibilitam a realização de uma série de ações internacionais, além da promoção e incremento das exportações, e a implantação do Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura. Execução que deve contribuir com a enorme cifra.

Para o presidente da Associação Nacional dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, em entrevista ao portal comexdobrasil.com, um dos grandes passos dados ocorre já no início de 2018 objetivando o crescimento exponencial e o foco na meta de 2019. É a participação do país na Fruit & Logistica, feira internacional que será realizada em fevereiro em Berlim (Alemanha). O Brasil estará representado por 22 expositores em um espaço de 500 metros quadrados. “Neste mesmo segmento de promoção internacional participaremos da Fruit Attraction, que será realizada em outubro, em Madri (Espanha)”, ressalta.

Barcelos destaca que o Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas, mas está somente na 23ª posição de exportação. Ele credita vários motivos a esse desempenho. Como a falta da cultura exportadora e o próprio tamanho do mercado interno, que consome 97% da produção. O presidente da Abrafrutas, no entanto, considera que este planejamento do Mapa, em parceria com as as diversas cadeias envolvidas no setor, alavancará as exportações de frutas.

O papel de destaque do Brasil internamente deve ganhar também uma visão internacional com a possível realização de uma feira internacional (nos moldes das que o país participará em 2018) para atender ao menos a demanda da América do Sul. “Embora acreditemos que um evento desses no Brasil trará bastante benefícios ao setor, estamos esperando uma consolidação do aumento das exportações, um incremento de empresas exportadoras e principalmente um aumento nos países de destino das nossas frutas, para podermos então promover os uma feira de nível internacional do Brasil”, considera.

Estudo da Apex Brasil aponta Rússia como potencial mercado para frutas brasileiras

Uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) aponta a Rússia como potencial comprador de frutas brasileiras. Hoje o país importa mais de 70% das frutas que consome. O estudo também revela que o gosto do consumidor russo está mais aberto a frutas exóticas, o que abre oportunidades para frutas tropicais.

O documento registra que a qualidade da oferta de frutas frescas na Rússia caiu significativamente devido à reorganização das importações e à mudança de consumo para os produtos de preço mais baixo. Boa notícia para os produtores brasileiros, já que as empresas russas procuram fortalecer parcerias com países que não sejam membros da União Europeia. Além disso, as frutas daqui combinam alta qualidade e preços competitivos. Outro produto que tem espaço no mercado russo são as frutas congeladas, que podem ser consumidas durante todo o ano.

Segundo o relatório da Apex Brasil, a economia russa deverá iniciar sua recuperação em 2017, com a aceleração do crescimento seguindo um ritmo gradual, até atingir em torno de 1,4% ao ano em 2020. O consumo e o investimento privados provavelmente continuarão moderados devido a um crescimento vagaroso na renda real e à desalavancagem das famílias. Em todo caso, a Rússia ainda é um dos maiores mercados consumidores do mundo, com uma população de quase 150 milhões de pessoas em 2015. Isso, associado a um território fortemente impactado por condições climáticas severas, compõe um conjunto de fatores favoráveis à importação de alimentos básicos, inclusive frutas.

A logística da importação de frutas na Rússia

As importações diretas de frutas frescas chegam à Rússia por frete marítimo ou aéreo. A aprovação do tipo, preço e quantidade do produto leva cerca de uma semana, e o processo de envio do centro alfandegado ao centro de distribuição logística leva de 3 a 10 dias. Os procedimentos de desembaraço aduaneiro são acelerados por meio do serviço de agentes alfandegários. Os contêineres com frutas são entregues no centro de distribuição logística, onde a qualidade é avaliada, e então acontece a triagem e entrega aos pontos de venda.

Exportação de carne suína catarinense aumenta 45,5% nos primeiros cinco meses de 2017

Santa Catarina, maior produtor e exportador de carne suína do país, chega a metade do ano com resultados positivos.  Entre janeiro e maio deste ano, o estado já embarcou 113,2 mil toneladas de carne suína, arrecadando US$ 266,9 milhões. Isso representa um aumento de 45,5% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri) mostram que em maio as exportações de suínos chegaram a 20,3 mil toneladas. Apesar de uma queda de 4,5% em relação a abril, o faturamento foi de US$ 52 milhões, 12,2% a mais do que em maio de 2016.

Os principais mercados para carne suína catarinense são a Rússia, China e Hong Kong, que juntos responderam por 67,2% das exportações do Estado no último ano. Santa Catarina espera vender carne suína também para a Coreia do Sul, um dos maiores compradores mundiais do produto in natura.

Aumento das exportações de carne de frango

As receitas com a exportação de carne de frango também aumentaram. Em maio foram US$ 140,4 milhões, superando em 4,2% o mês de abril. A quantidade foi de 71,3 mil toneladas. No acumulado do ano, a avicultura já faturou US$ 710,6 milhões pelo envio de 379,2 mil toneladas de carne de frango. Os principais mercados da avicultura catarinense são o Japão, Países Baixos (Holanda e Bélgica), China, Arábia Saudita e Reino Unido.

Santa Catarina é o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o Rio Grande do Sul, faz parte de uma zona livre de peste suína clássica com certificados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Berço das principais empresas do setor de carnes do Brasil, o Estado conta com 18 mil produtores integrados às agroindústrias e o setor de carnes gera quase 60 mil empregos diretos em frigoríficos e indústrias de beneficiamento. O maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior de carne de frango está presente em mais de 120 países.

Frutas brasileiras batem recorde de exportação

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que seis frutas brasileiras (mamão, manga, melancia, melão, uva e limão) bateram recordes de exportação durante o primeiro quadrimestre de 2017.

Os resultados surpreendem agentes do setor, já que o primeiro semestre foi de exportações menos volumosas. Os principais fatores para o saldo positivo foi o maior volume de fruta disponível no Brasil e o enfraquecimento da demanda no mercado interno. O clima no Brasil em 2016, que favoreceu o desenvolvimento das frutas, desencadeou um maior volume e melhorou a qualidade, também contribui para a quebra de recorde.

A uva teve a exportação favorecida pela crescente demanda por novas variedades cultivadas no Brasil. Já as vendas de melão e melancia para o Exterior foram impulsionadas pelo maior volume contratado previamente, resultado da boa procura de países compradores.

De acordo com a Secex, as baixas cotações das frutas no mercado doméstico também estariam impulsionando as vendas externas. No último Ranking da HF Brasil – Abril/2017, duas destas variedades apresentaram as maiores reduções nos preços frente a março/17, de 55% para o mamão havaí e de 13% para a melancia.

Cresce importação de alho no Brasil

As importações de alho chinês no Brasil aumentaram em 67% em 2016, o que representa já um terço do total de alho no país. A importação em grande escala começou no ano 2000 e o tempero desempenha importante papel na relação comercial entre os dois países. Segundo o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, o valor das importações de alho já superou ao de equipamentos de ar condicionado, lâmpadas e placas de controle de dispositivos eletrônicos da China.

O boom das importações registrado no ano passado se deve principalmente às liminares da Justiça beneficiando o mercado externo. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino, o preço por caixa de alho chinês chega a R$ 50, enquanto o custo de produção de alho local é de pelo menos R$ 80.

Os produtores nacionais esperam por renovação de incentivos fiscais na tentativa de melhorar o desempenho interno. O plantio da próxima safra começa ainda neste mês, mas já há um planejamento de redução da área de cultivo para evitar complicações na colheita.

 

Brasil quer ampliar as exportações de flores no Mercosul

O Brasil busca aumentar as exportações de flores, focando em países da América Latina, principalmente aqueles que integram o Bloco do Mercosul. Essas informações foram divulgadas pela Rede Agropecuária de Comércio Exterior (InterAgro), uma iniciativa conjunta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e da Apex-Brasil.

De acordo com a instituição, apesar dos mercados europeus e americanos possuírem valores comerciais mais elevados, os países do Mercosul oferecem vantagens como ausência de barreiras tarifárias relevantes e uma logística menos complicada. Na quarta-feira (22/3), realizou-se um seminário sobre o comércio exterior de flores, onde foram debatidas estratégias para aumentar as exportações da floricultura brasileira. O evento faz parte da rede InterAgro.
Setor em expansão
Embora o Brasil tenha passado por dificuldades econômicas, a floricultura apresentou um crescimento médio de 11% ao ano, na última década. O Estado de São Paulo lidera a produção brasileira de flores com 48% do total. Em segundo lugar, vem Minas Gerais (13%), seguida de Rio de Janeiro (11%) e Rio Grande do Sul (4%). Segundo o estudo “Mapeamento e Quantificação da Cadeia de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil”, em 2014, o Brasil movimentou mais de R$ 2 bilhões com a produção de flores.

A Confederação da Agricultura, Pecuária do Brasil (CNA) menciona, que no mercado mundial, as flores que mais se destacam são as rosas, os crisântemos e os cravos. O principal importador de flores são os Estados Unidos que gastou mais de US$ 2 bilhões com o produto, entre 2012 e 2015. A União Europeia e a Rússia também são importantes compradores.

Entre 2012 e 2015, as rosas dominaram o ranking das importações mundiais com 37,3% do total, os crisântemos ficaram com 9,8% e os cravos apareceram em terceiro lugar com 6,6%.

Fonte: http://www.cnabrasil.org.br/

Acordo com Malásia abre mercado para exportação de ovos férteis e pintos de um dia

O Brasil abriu mais um mercado para exportação de ovos férteis e pintos de um dia. O governo da Malásia comunicou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que aceitou proposta brasileira de modelo de Certificado Zoosanitário Internacional (CZI). Com isso, o país já pode começar a vender esses produtos aos importadores malaios. A conclusão da negociação é resultado da missão à Ásia coordenada pelo ministro Blairo Maggi, que percorreu sete nações daquele continente, entre o fim de agosto e setembro deste ano, para ampliar as parcerias comerciais do agronegócio brasileiro.

Hoje, o Brasil vende material genético avícola para cerca de 50 países das Américas, do Oriente Médio, da África, Europa e Ásia. Em 2015, os embarques desses produtores renderam ao país algo em torno de US$ 123 milhões, segundo o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa. Neste ano, o Ministério da Agricultura fez acordos de certificados zoossanitários para exportação de genética avícola com Cuba, Índia, Turquia, Etiópia, México e Estados Unidos. Essas ações fazem parte do esforço para elevar de 6,9% para 10% a participação do Brasil no mercado agrícola mundial em cinco anos.

A decisão de estabelecer o acordo com o mercado brasileiro foi comunicada pelo Departamento de Serviços Veterinários (DVS) do Ministério da Agricultura e da Agroindústria da Malásia à Embaixada do Brasil em Kuala Lumpur. No comunicado, o governo malaio informa ainda que as exportações podem iniciar imediatamente, sem a necessidade de auditoria prévia pelas autoridades daquele país para avaliação dos controles operacionais e sanitários adotados nos estabelecimentos produtores de genética avícola registrados pelo Mapa.

Na avaliação do Departamento de Saúde Animal do Mapa, o acesso ao mercado da Malásia se deve ao reconhecimento internacional do grau de excelência sanitária dos plantéis avícolas brasileiros. Reflete também, acrescenta o DSA, os investimentos em pesquisa feitos pelo Brasil ao longo da última década, que permitiram desenvolver linhagens de alto valor genético. Esses produtos são atrativos a países que necessitam melhorar a produtividade dos seus plantéis.

Fonte: Mapa

Valor Bruto da Produção agropecuária em 2016 deve ser de R$ 519,3 bilhões, segundo o Mapa

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária, que corresponde ao faturamento global dentro da propriedade rural, tende a estabilizar em torno de R$ 519,3 bilhões neste ano. O número, referente ao mês de outubro, foi divulgado nesta quinta-feira (17) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O VPB projetado é 2,5% menor do que o de 2015. O valor das lavouras teve queda de 1,9%, e o da pecuária, 3,7%. “A redução de faturamento tem impacto decisivo no resultado de 2016”, assinala o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Garcia Gasques.

Os produtos agrícolas com melhor desempenho foram banana, com aumento de 39,7%, trigo (26%), batata inglesa (25,4%), café (14,4%), maçã (12,3%), feijão (9,6%) e soja (2,7%). Na pecuária, a carne de frango foi o destaque, com elevação de 2,8% em relação a 2015.

Entre os produtos em 2016 com resultados do VBP abaixo do ano passado se destacam o tomate (-47,4%), fumo (-28,7%), amendoim (-16,4%), uva (-16,2%), arroz (-16,1%), cacau (-14,4 %), algodão (-12,5 %), laranja (-12,1%), mandioca (-10,7%), milho (-7,7%) e cebola (- 4%).

“As secas ocorridas neste ano afetaram diversos produtos, especialmente grãos, nas diferentes regiões do país, como Centro-Oeste e Nordeste”, diz Gasques. “Houve também efeitos sobre os cafezais no Espírito Santo”. Já a safra de milho teve queda superior a 20 milhões de toneladas por causa da falta de chuva, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Projeção para 2017

Os primeiros prognósticos divulgados para a próxima safra mostram resultados relevantes para diversos produtos analisados por instituições como IBGE e Conab. Os levantamentos realizados em outubro indicam safra de grãos variando entre 210,9 milhões de toneladas e 215 milhões de toneladas, de acordo com a Conab, e de 209,4 milhões, conforme o IBGE. Para a produtividade é previsto acréscimo de 13% em relação a 2016.

As previsões para o VBP indicam valor de R$ 562,5 bilhões para 2017. Com isso, o acréscimo real previsto é de 8,3%. “Em grande parte, a projeção é atribuída às perspectivas favoráveis de algodão, feijão, milho, soja e arroz, dos quais se esperam bons resultados da produção no próximo ano”, acrescenta Gasques. Há expectativas de que o clima continue tendo comportamento favorável.

Fonte: Mapa

Brasil se destaca como um dos grandes players na produção e exportação de carne bovina

O Brasil está entre os principais players de exportação carne do mundo, como um dos maiores produtores e um grande potencial consumidor. A observação sobre a competitividade de nossa pecuária bovina de corte foi confirmada em mais uma rodada de comparações internacionais entre os países participantes do “agri benchmark”.

A análise foi apresentada pela engenheira agrônoma e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/ USP), Gabriela Garcia, palestrante do 2º Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro, que ocorreu na última quarta-feira (26), na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

Segundo a pesquisadora, o Brasil ganha em competitividade em relação aos outros players, pois fica menos vulnerável às crises internacionais do que os outros países, fator que é extremamente vantajoso para nosso país. “Assim, a pecuária brasileira acaba sendo mais competitiva e, portanto, mais rentável”, frisou.

Outro palestrante do seminário, Rildo Esperancini, também pesquisador do Cepea, mostrou os resultados do levantamento de custo realizado na pecuária de corte pelo projeto Campo Futuro este ano, em 27 municípios brasileiros, localizados nos estados da Bahia, Goiás, Pará e Minas Gerais.

De acordo com Esperancini, do total de municípios pesquisados, 83% apresenta propriedade modal especializada em cria ou recria e/ou engorda de bovinos. Segundo o pesquisador isto demostra a redução nos últimos anos do sistema de ciclo completo (em que os animais são criados, recriados e engordados na mesma área) e indica a maior comercialização de animais entre produtores.

O pesquisador do Cepea e analista de mercado Wagner Hiroshi falou sobre a pecuária leiteira, cadeia que também faz parte do levantamento de custos do projeto Campo Futuro, que foi realizado em 15 municípios nos estados de Rondônia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe.

Segundo Hiroshi, os levantamentos comprovaram que a relação de índices técnicos eficientes influencia de forma positiva o desempenho econômico das propriedades, onde maiores investimentos são compensados com melhor retorno financeiro através da diluição dos custos fixos. Dentre os índices técnicos, o de maior importância está em assegurar um manejo de alimentação mais eficiente, tanto na formação de pastagem quanto na produção e uso da silagem. Outro fator que impacta é o gasto com mão de obra.

Para o pesquisador, ainda hoje ocorrem fatores que prejudicam os produtores, como a prefixação do preço do leite pela indústria. O produtor não tem como controlar sua receita, o que o obriga a operar unicamente com a redução dos custos de produção. Assim, não pode melhorar sua eficiência e rentabilidade. “É o olhar exclusivo para dentro da porteira”, lamenta.

Segundo Hiroshi, isto não ocorre só na pecuária de leite. A pecuária de corte padece do mesmo problema, tornando o controle de custo ainda mais difícil. “Você não consegue fazer diagnóstico se não controlar os custos. Neste sentido, o projeto Campo Futuro é importante como fórum capaz de buscar alternativas de metodologias indicadas para garantir e melhorar esse controle”, observou.

Para ele, é imprescindível que o produtor se sinta estimulado continuamente a buscar melhorias no sistema produtivo, de forma a garantir maior rentabilidade no negócio. “A disseminação da informação é fundamental para que esse processo evolutivo, com garantia de lucro, ultrapasse as limitações impostas ao setor, pelos problemas de clima e custo dos insumos”, finalizou o analista de mercado.

Fonte: CNA