Exportação de Calçados – Oscilação do dólar torna calçados brasileiros mais competitivos

O valor do dólar influencia significativamente toda a economia mundial, e, no Brasil, a variação da moeda afeta de diferentes maneiras a economia nacional. Um dos setores que mais sofre impactos é o de exportações. No atual cenário, mesmo que a variação da moeda torne os produtos brasileiros mais competitivos, existe um certo receio dos outros países em investir na moeda brasileira.
Para a especialista em exportação de calçados da DC Logistics Brasil, Rúbia Karla Moreira, é necessário que os exportadores brasileiros aproveitem a oscilação do dólar para gerar competitividade. Saber negociar e investir em inovação dentro das empresas pode trazer efeitos positivos.

Exportação de calçados
O setor de calçados teve queda de 10,3% no mês de agosto, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Porém, os fabricantes de calçados estão animados com a possibilidade de aumento de exportações para os Estados Unidos, que antes era o primeiro colocado no ranking de exportações brasileiras. Recentemente, o presidente Donald Trump, assinou uma nova legislação que prevê redução tarifária para 1,7 mil produtos importados, dentre eles os calçados. A nova lei entra em vigor no dia 13 de outubro.

O calçado brasileiro vem ganhando um certo prestígio, desde que houve uma redução de negócios e competitividade com a Ásia. “As empresas calçadistas brasileiras estão passando por uma transformação significativa de design e desenvolvimento, o que tem gerado um destaque positivo no comércio internacional. Além disto, a Abicalçados e a Apex Brasil como entidades setorizadas trabalham constantemente na fixação dos produtos nacionais, estas ações contribuem para o crescimento das exportações brasileiras”, afirma Rubia.
Os estados brasileiros que mais exportam sapatos são: Rio Grande Sul, Ceará e São Paulo, que juntos acumulam cerca de US$ 545,4 milhões, até julho deste ano.
Projeções para 2018/2019
No ano passado, o setor calçadista teve um aumento significativo, um volume financeiro de US$ 1,09 bilhão, superando o resultado de 2016. “O setor calçadista tem grande relevância para a recuperação econômica brasileira. Acredito que este ano encerre com números positivos”, afirma Rubia.
Os indicadores econômicos mostram que a atividade comercial brasileira vem aquecendo com a oportunidade de exportação. Até o final de 2017 cerca de 60 mil empresas estavam atuantes no comércio internacional, segundo a Associação Brasileira de Consultoria e Assessoria em Comércio Exterior (Abracomex). Em uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) em julho deste ano, as projeções de negociações internacionais, se dividem em duas vertentes. Para 53,4% das empresas, a expectativa é que o incremento dos embarques ocorra pelo aumento na participação dos mercados em que já atuam, ou seja, pela ampliação do market share. Enquanto que, para 36,4% das organizações, a ampliação ocorrerá por meio de vendas para novos mercados. Somente 10% não vê aumento nas exportações.

Tendo em vista o cenário econômico brasileiro, diversos empresários viram no comércio internacional uma opção de investimento e oportunidade de abertura de novos negócios. “Esperamos que o cenário continue em crescimento e que haja uma solidificação desse formato nos próximos anos independente da recuperação econômica interna”, afirma Jailson de Souza, Sales Manager da DC Logistics Brasil.

Existem diversos fatores para o processo de exportação ou de internacionalização de uma marca, um deles é cercar-se de profissionais que poderão prestar consultoria e atendimento quando houverem dúvidas. “O caminho mais retilíneo para o sucesso é procurar quem entende do assunto e, aconselho órgãos e entidades especializadas nisto, como Apex, Sebrae e a entidades calçadistas mais próximas de onde se encontra o produtor. Adicionalmente pode-se fazer uma busca no mercado e falar com empresários que já realizaram este tipo de operação, troca de experiências é salutar e relevante, além de cercar-se da assessoria de um bom agente de cargas e que tenha essa commodity dentre os produtos tratados no seu dia a dia”, ressalta Souza.

Exportações de calçados cresce 14,7% até julho de 2017

As exportações de calçados foram afetadas pela recente valorização do real frente ao dólar. Mesmo assim os números dos primeiros sete meses de 2017 são positivos. O incremento foi de 14,7% em valores gerados no comparativo entre janeiro e julho deste ano em relação a 2016. No período foram embarcados 67,4 milhões de pares que geraram US$ 608 milhões. Em volume, o número é 1,3% maior do que o registro do ano passado, o que é explicado pela alta no preço médio do produto verde-amarelo (de quase 12%).

O principal destino do calçado brasileiro foram os Estados Unidos, para onde o Brasil exportou 6,2 milhões de pares que geraram US$ 111,64 milhões. O segundo destino foi a Argentina, para onde foram enviados 5,17 milhões de pares por US$ 75,72 milhões. O terceiro destino das exportações foi o Paraguai, que ultrapassou compradores tradicionais como França e Bolívia. De janeiro a julho, os paraguaios importaram 8 milhões de pares por US$ 46,8 milhões.

Rio Grande Sul lidera exportações
O Rio Grande do Sul continua como principal exportador de calçados do Brasil. Embarcaram nos primeiro sete meses de 2017, 15,7 milhões de pares que geraram US$ 261 milhões, altas de 2,4% e 10,7%, respectivamente, no comparativo com mesmo período de 2016. Atualmente o Rio Grande do Sul responde por 43% do total gerado com exportações de calçados no Brasil. A segunda colocação ficou com o Ceará, que exportou 25,3 milhões de pares que geraram US$ 145,78 milhões, altas de 1,5% e 7,3%, respectivamente, na relação com os sete primeiros meses de 2016. Já a terceira posição ficou com São Paulo, que enviou 4,72 milhões de pares por US$ 69,74 milhões, queda de 17% em volume e alta de 11,3% em receita no comparativo o ano anterior.

As importações
A desvalorização do real também afetou as importações de calçados. Com o calçado estrangeiro mais barato, a entrada de produtos cresceu 5,2% em pares e 1,1% em dólares nos primeiros sete meses – em comparação a igual período de 2016. Entre janeiro e julho entraram no Brasil 14,76 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 199,5 milhões.

Nesse período, as principais origens das importações seguiram sendo os países asiáticos: Vietnã, 6,17 milhões de pares e US$ 109,7 milhões, altas de 4,4% e 1,5%, respectivamente; Indonésia, 2,28 milhões de pares e US$ 38,6 milhões, alta de 0,5% em volume e queda de 5% em receita; e China, 4,44 milhões de pares e US$ 19 milhões, quedas de 4% e 18,2%, respectivamente.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), entre janeiro e julho, em partes de calçados, como palmilhas, solas, saltos e cabedais, por exemplo, o Brasil importou o equivalente a US$ 23 milhões. O número é 16% menor do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.

Exportações de couro em outubro crescem 2,3% e somam US$ 161,9 milhões, segundo o CICB

Um aumento de 2,3% nas exportações de couros e peles do Brasil foi registrado em outubro. O balanço do mês revela que o país vendeu ao mercado externo US$ 161,9 milhões (US$ 3,6 milhões a mais do que em outubro de 2015). Em relação a setembro, a alta foi ainda maior: crescimento de 7,4% nos valores exportados. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com apuração da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

A análise do mês de outubro revela ainda um outro dado interessante, como destaca o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello: a alta em valores exportados foi inversa à área comercializada, que teve queda de 9,7% em relação a outubro do ano passado. “É uma informação positiva e resulta do crescimento na exportação do couro acabado, que tem mais valor agregado, e da recuperação que pode estar sendo sinalizada pelo mercado internacional”, avalia Bello. Couros nas formas acabada e semiacabada já respondem por quase 70% das vendas brasileiras a importadores em 2016, registrando neste período alta em volumes exportados de 12,2% e 84%, respectivamente.

Em 2016, o Rio Grande do Sul lidera o ranking dos estados que mais comercializam couro junto ao mercado externo, respondendo por 21,6% das exportações. São Paulo está em segundo lugar, com 20,8%, e Goiás em terceiro, com 14,9%.

Quanto aos países compradores, o acumulado do ano já soma 75 destinos para o couro brasileiro, confirmando os resultados sobre o trabalho de diversificação de mercados trabalhado pelo CICB por meio do projeto BrazilianLeather, iniciativa de estímulo às exportações de couros e peles brasileiras desenvolvida pelo CICB em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A próxima missão do BrazilianLeather com objetivos comerciais e de relacionamento será em breve, no Marrocos, segundo maior importador de couros da África.

Fonte: CICB

Receita com exportações de couros cresce 5,8% e totaliza US$ 178,5 milhões até agosto

As exportações de couro e peles registraram crescimento no resultado do mês de agosto. No período, foram vendidos ao mercado externo US$ 178,5 milhões, uma alta de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com análise da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Estes números, pontua o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, têm grande influência dos couros exportados com maior valor agregado – os tipos semi e acabado – que respondem por mais de 70% das vendas brasileiras no comércio internacional. “Agosto trouxe um resultado positivo, mas há um movimento expressivo em curso por parte do exportador brasileiro para que mercados já conquistados não se percam em função do momento difícil que vivemos para a exportação”, avalia o presidente.

Bello destaca que o câmbio em constante oscilação tem sido um fator preponderante para a dificuldade no fechamento de negócios e que medidas a partir do executivo poderiam atenuar essa situação – como o retorno do Reintegra (programa que devolve resíduo tributário para empresas exportadoras) e facilidade de acesso e aumento dos limites de financiamento via Proex.

Os desafios apontados por Bello e o movimento do setor do couro brasileiro dentro do comércio mundial podem ser analisados pontualmente com o panorama do ano das exportações brasileiras. Mesmo com o crescimento das vendas em agosto, há registro de 13,4% a menos em dólares no acumulado do ano em comparação com os oito primeiros meses de 2015, mas, em contrapartida, uma alta expressiva em volumes no mesmo período, com 11,3% a mais em metragem quadrada comercializada (ao todo, 133,1 milhões de metros quadrados de janeiro a agosto de 2016). "São dados que mostram com muita clareza o trabalho do exportador brasileiro e as dificuldades que estamos enfrentando, apesar do Brasil ser há anos um dos protagonistas mundiais do setor, com reconhecimento de seu produto em atributos como qualidade, design e sustentabilidade”, frisa o gestor.

China / Hong Kong, Itália, Estados Unidos e Vietnã são os principais compradores de couro do Brasil neste período e Rio Grande do Sul e São Paulo os principais vendedores, nesta ordem.

Fonte: CICB

Abicalçados apresenta visão otimista sobre potencial das exportações para os Emirados Árabes

Mercado-alvo do Brazilian Footwear desde 2013, os Emirados Árabes Unidos foram tema de apresentação realizada na última quarta-feira (170, na sede da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em Novo Hamburgo/RS. O país foi destino de uma Missão Prospectiva realizada pela equipe da entidade calçadista no último mês de maio, iniciativa da qual resultaram as percepções passadas durante o encontro com calçadistas.

Leonardo Metzger, da Assessoria Executiva da Abicalçados, um dos representantes a irem até o país árabe, destacou o potencial para o setor calçadista brasileiro. Tendo importado mais de 400 milhões de pares em 2015, os Emirados Árabes Unidos são considerados uma porta de entrada para a comercialização em todos os países da região do Oriente Médio.

“Como o consumo local é de 130 milhões de pares, chegamos a conclusão de que o país reexporta boa parte do que compra”, ressalta, acrescentando que o consumo per capita no país chega a 14 pares, um dos mais altos do planeta. Outra característica importante destacada pelo assessor é o ambiente internacional do país, que tem 80% de sua população estrangeira. “Existe espaço para todo tipo de produto”, frisa.

Ambiente favorável

Metzger destaca que o ambiente para negócios é muito favorável nos Emirados Árabes Unidos, sendo que o país ocupa a 22ª posição entre os países mais abertos para negociações internacionais, ranking em que o Brasil figura no 111º posto. “O baixo nível de burocracia e a logística são dois pontos importantes“, comenta. O profissional destaca, ainda, que o Brasil tem apenas 0,5% do mercado de calçados no país e que o potencial para expansão é grande.

“Temos apenas 55 empresas do Brazilian Footwear exportando para os Emirados Árabes Unidos, sendo que ano passado o total de importações para lá foi de 1,9 milhão de pares”, conta Metzger.

Apesar de ser muito dependente do petróleo, commodity desvalorizada nos últimos anos, os Emirados Árabes Unidos têm conseguido, e com êxito, diversificar a pauta econômica, com previsão de crescimento de 3,2% no próximo ano.

Diversificação

A coordenadora de Promoção Comercial da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli, que também participou da Missão, destaca a diversificação dos produtos comercializados no varejo local. “Lá, o couro não tem tanta relevância quanto o design”, exemplifica, ressaltando que, em muitos casos, o consumidor nem sabe diferenciar o material de origem animal e o sintético.

A coordenadora ressalta, ainda, que o mark up médio local fica entre 2,4 e 3 para produtos de médio-baixo posicionamento e de 3 a 4,5 para produtos de médio-alto posicionamento. “Também importante destacar o potencial representado pelas sandálias árabes masculinas, que são extremamente valorizadas localmente e possuem alto valor agregado”, aponta a gestora.

Agenda

Na agenda da missão prospectiva realizada entre os dias 22 e 26 de maio, estavam encontros com compradores locais, escritórios de Relações Públicas e consultores de matchmaking para fomento de negócios. A partir da percepção de que o país não possui nenhuma plataforma comercial relevante para investimento e de que os players locais costumam visitar grandes feiras internacionais e os seus fornecedores, o Brazilian Footwear irá desenvolver, nos meses se setembro, outubro e novembro, o Projeto Comprador VIP com foco nos Emirados Árabes Unidos. A indicação dos compradores será realizada pela consultoria contratada pelo programa, a IFP Group.

No próximo dia 22, a Missão Prospectiva será apresentada para calçadistas de Igrejinha/RS, no Vale do Paranhana. O encontro será na sede do Sindicato das Indústrias de Calçados de Igrejinha às 17 horas. No dia 30, a equipe estará em São Paulo, para apresentações em Franca e Birigui, às 8h e 19h, respectivamente.

Fonte : Abicalçados

Exportações de calçados geram US$ 71,6 milhões em maio

No mês de maio os calçadistas embarcaram 8,36 milhões de pares por US$ 71,65 milhões, registros inferiores tanto em volume
(-2,7%) quanto em faturamento (-4,9% ) na relação com igual período do ano passado. Com o resultado, no acumulado dos cinco meses do ano, os calçadistas somam 48,63 milhões de pares exportados por US$ 367,48 milhões, números 1,7% superiores em volume e 4,7% inferiores em receita no comparativo com igual período do ano passado (47,8 milhões e US$ 385,44 milhões).

Apesar da queda no resultado geral, a Abicalçados comemora a recuperação de mercados importantes para o calçado brasileiro. Nos cinco primeiros meses de 2016, o maior comprador do produto verde-amarelo, os Estados Unidos importaram 5,3 milhões de pares por US$ 80,3 milhões, números superiores tanto em pares (20%) quanto em dólares (17%) na relação com igual período do ano passado.

Com recuperação surpreendente desde a posse do presidente Maurício Macri, a Argentina importou 2,8 milhões de pares por US$ 34,5 milhões no período, registros 111% superiores em pares e 61,5% maiores em faturamento em relação ao mesmo ínterim de 2015.

A França, no terceiro posto entre os importadores de calçados brasileiros, comprou 4,48 milhões de pares por US$ 22,8 milhões no período, 2% menos em pares e 4,2% menos em dólares na relação com o ano passado.