As exportações de calçados foram afetadas pela recente valorização do real frente ao dólar. Mesmo assim os números dos primeiros sete meses de 2017 são positivos. O incremento foi de 14,7% em valores gerados no comparativo entre janeiro e julho deste ano em relação a 2016. No período foram embarcados 67,4 milhões de pares que geraram US$ 608 milhões. Em volume, o número é 1,3% maior do que o registro do ano passado, o que é explicado pela alta no preço médio do produto verde-amarelo (de quase 12%).
O principal destino do calçado brasileiro foram os Estados Unidos, para onde o Brasil exportou 6,2 milhões de pares que geraram US$ 111,64 milhões. O segundo destino foi a Argentina, para onde foram enviados 5,17 milhões de pares por US$ 75,72 milhões. O terceiro destino das exportações foi o Paraguai, que ultrapassou compradores tradicionais como França e Bolívia. De janeiro a julho, os paraguaios importaram 8 milhões de pares por US$ 46,8 milhões.
Rio Grande Sul lidera exportações
O Rio Grande do Sul continua como principal exportador de calçados do Brasil. Embarcaram nos primeiro sete meses de 2017, 15,7 milhões de pares que geraram US$ 261 milhões, altas de 2,4% e 10,7%, respectivamente, no comparativo com mesmo período de 2016. Atualmente o Rio Grande do Sul responde por 43% do total gerado com exportações de calçados no Brasil. A segunda colocação ficou com o Ceará, que exportou 25,3 milhões de pares que geraram US$ 145,78 milhões, altas de 1,5% e 7,3%, respectivamente, na relação com os sete primeiros meses de 2016. Já a terceira posição ficou com São Paulo, que enviou 4,72 milhões de pares por US$ 69,74 milhões, queda de 17% em volume e alta de 11,3% em receita no comparativo o ano anterior.
As importações
A desvalorização do real também afetou as importações de calçados. Com o calçado estrangeiro mais barato, a entrada de produtos cresceu 5,2% em pares e 1,1% em dólares nos primeiros sete meses – em comparação a igual período de 2016. Entre janeiro e julho entraram no Brasil 14,76 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 199,5 milhões.
Nesse período, as principais origens das importações seguiram sendo os países asiáticos: Vietnã, 6,17 milhões de pares e US$ 109,7 milhões, altas de 4,4% e 1,5%, respectivamente; Indonésia, 2,28 milhões de pares e US$ 38,6 milhões, alta de 0,5% em volume e queda de 5% em receita; e China, 4,44 milhões de pares e US$ 19 milhões, quedas de 4% e 18,2%, respectivamente.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), entre janeiro e julho, em partes de calçados, como palmilhas, solas, saltos e cabedais, por exemplo, o Brasil importou o equivalente a US$ 23 milhões. O número é 16% menor do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.