Enquanto as incertezas rondam a economia brasileira, muitas empresas decidem investir em outro país. É no Paraguai que estão sendo instaladas novas fábricas de empresas brasileiras e criados milhares de novos empregos diretos. O incentivo principal está na “lei da maquila”, que garante o pagamento de apenas 1% de tributo às companhias que abrirem fábricas naquele país e exportarem 100% da produção. Também inclui gastos menores com mão de obra e energia elétrica.
De acordo com reportagem do Estado de São Paulo, embora o total de empregos gerado pelas “maquiladoras” ainda seja pequeno em comparação ao tamanho da economia brasileira, o ritmo de migração de investimentos do Brasil para o Paraguai está em aceleração. Das 124 indústrias incluídas no programa de maquilas, 78 abriram as portas desde 2014. Dos 11,3 mil empregos gerados, 6,7 mil são fruto dos investimentos destes últimos três anos. E existem mais projetos de expansão que devem gerar milhares de vagas em 2017.
A reportagem do Estadão frisa ainda que a transformação do Paraguai em uma “China da América do Sul” é um projeto do presidente Horacio Cartes. No poder há três anos, a prioridade dele é gerar empregos para a mão de obra paraguaia. Mais de 70% da população de 6,8 milhões de habitantes tem menos de 30 anos e boa parte ainda atua na informalidade.
Cenário que se molda para as atividades do Comex
Para o Brasil, este é um reforço no setor de Comércio Exterior. Com a abertura do país vizinho, as empresas brasileiras necessitarão nacionalizar a produção. Caberá aos agentes de cargas e serviços atuar diante deste novo cenário que se desenha.
O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) é otimista em relação ao deslocamento de parte da produção nacional e a geração de empregos no Paraguai. A integração produtiva pode ser um estimulo a maior competitividade das empresas brasileiras, o que permitirá “preservar os níveis de produção” e “assegurar os empregos no Brasil”, afirma comunicado oficial da pasta.
Empresas como Vale (que adquiriu empresa de logística fluvial), Buddemeyer (que está instalando uma unidade têxtil), e a InterCement (cimenteira do grupo Camargo Corrêa), estão por lá. Hoje o Brasil é o segundo maior investidor no Paraguai. Fica atrás só dos Estados Unidos, e também é o principal destino das exportações do país vizinho.