Porto de Chancay e Ferrovia Transoceânica: O Futuro da Logística Sul-Americana Rumo à China

O Porto de Chancay, no Peru, é um dos maiores projetos de infraestrutura da América do Sul e vem chamando a atenção do comércio exterior. Construído com investimento liderado pela Cosco Shipping Ports, o terminal conta com 18 metros de calado e capacidade para receber navios de até 18.000 TEUs.

Com sistemas de automação de ponta, Chancay promete se tornar um hub logístico para a América do Sul, reduzindo em até 15 dias o tempo de trânsito entre Brasil e China, em comparação com a rota tradicional via Canal do Panamá.

Embora seja considerado um porto-modelo, é importante destacar que a inovação logística na região não se limita a ele, trata-se de um empreendimento de grande escala, com forte participação chinesa, que pode complementar e ampliar as opções logísticas do continente.

Imagem: Mapa das ferrovias Fiol e Fico e estudo para continuação até o porto de Chancay (Peru) – Créditos: Ministério dos transportes

Potenciais benefícios para o Brasil

O Porto de Chancay surge como uma alternativa adicional para o comércio exterior sul-americano. Para o Brasil, isso pode representar novas opções logísticas rumo ao Pacífico, especialmente em estados mais próximos da fronteira com o Peru.

Entre os pontos frequentemente destacados por especialistas estão:

  • Acre e Amazonas, que podem se conectar com maior facilidade a corredores rodoviários e hidroviários em direção ao Peru.
  • Exportações de grãos, carnes e minérios, que poderiam ganhar eficiência no acesso aos mercados asiáticos.
  • Indústrias florestais e agroindustriais, que passam a contar com uma possibilidade extra de escoamento.

Mais do que substituir rotas já consolidadas, o Porto de Chancay amplia o leque de alternativas disponíveis às empresas brasileiras, oferecendo novas combinações multimodais para avaliar conforme a estratégia de cada operação.

Desafios logísticos internos e a lição da Interoceânica

Se, por um lado, o Porto de Chancay abre uma janela de oportunidades, por outro, ele também evidencia um ponto de atenção para o Brasil: sem infraestrutura adequada, novas rotas podem enfrentar dificuldades de competitividade.

O caminho até o Pacífico é promissor, mas exige superar desafios como:

  • Infraestrutura rodoviária limitada, em trechos da BR-364 e da Rodovia Interoceânica.
  • Travessia da Cordilheira dos Andes, com restrições de peso por eixo e condições operacionais complexas.
  • Diferenças regulatórias e aduaneiras, que impactam prazos e custos.

A experiência da Rodovia Interoceânica, concluída em 2011, ilustra como grandes obras precisam ser acompanhadas de ações complementares em manutenção, integração modal e articulação internacional para alcançar o fluxo projetado. Essa trajetória serve como referência para o planejamento de futuros corredores logísticos.

Ferrovia Transoceânica: um projeto adormecido que ganha fôlego

Outra iniciativa que volta ao debate é a Ferrovia Transoceânica, planejada para ligar Brasil e Peru ao longo de 4.400 km. O projeto, que enfrentou entraves ambientais e financeiros, ganha novos elementos de análise com:

  • Estudos de viabilidade financiados pelo Banco dos BRICS.
  • Interesse chinês dentro da Iniciativa Cinturão e Rota.
  • Projetos ferroviários em andamento no Brasil, como os 700 km da Rumo Logística.
  • Diálogo diplomático em 2025 entre Brasil e China, envolvendo o Ministério dos Transportes e a Casa Civil, que discutiu oficialmente o Corredor Bioceânico Brasil–Peru.

Esses fatores indicam que o tema permanece em pauta e pode avançar conforme as condições técnicas, ambientais e institucionais evoluírem.

O Porto de Chancay simboliza um novo capítulo da presença chinesa na infraestrutura latino-americana e amplia o debate sobre alternativas logísticas para o Brasil. Já a Ferrovia Transoceânica, agora reforçada por tratativas diplomáticas, segue como projeto estratégico em análise.

Mais do que soluções definitivas, ambos os projetos representam opções adicionais que podem contribuir para diversificar rotas e aumentar a competitividade do comércio exterior sul-americano.

A DC Logistics Brasil acompanha esses movimentos de perto, pronta para apoiar empresas na avaliação de cenários e no desenvolvimento de operações multimodais, sempre com foco em tecnologia, segurança e planejamento estratégico.

FAQ – Porto de Chancay

1. O que é o Porto de Chancay?

É um terminal em construção no Peru, liderado pela Cosco Shipping Ports, com 18 metros de calado e capacidade para receber navios de grande porte.

2. Como o Porto de Chancay pode impactar o Brasil?

Pode oferecer uma rota adicional pelo Pacífico, reduzindo o tempo de trânsito para a Ásia em relação a trajetos tradicionais, especialmente para exportações do Norte do Brasil.

3. O Porto de Chancay substitui Santos ou Paranaguá?

Não. Ele funciona como uma alternativa complementar, ampliando o leque de opções logísticas, sem substituir os portos já consolidados no Brasil.

4. A Ferrovia Transoceânica será construída?

O projeto ainda não tem cronograma definido, mas segue em análise. Há estudos de viabilidade, interesse de investidores internacionais e discussões bilaterais entre Brasil e China sobre o corredor bioceânico.

5. Quando o Brasil poderá usar efetivamente a rota via Chancay?

 Especialistas indicam que a utilização plena dependerá de investimentos em infraestrutura, integração modal e acordos internacionais. Estimativas apontam que 2026 em diante pode marcar um período mais favorável para operações integradas.

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